O Presidente ucraniano promulgou uma lei para mobilizar mais tropas face à invasão russa, um texto considerado polémico por não prever um período de desmobilização para os soldados. O documento foi apresentado nesta terça-feira a Volodymyr Zelensky, que o assinou, indica uma nota publicada na página na internet do Parlamento ucraniano. A Ucrânia, que enfrenta uma escassez de soldados voluntários, estava a trabalhar no texto há vários meses.

O líder ucraniano diz ter informações dos serviços secretos de que a Rússia tentará intensificar os ataques na frente nas próximas semanas. “É óbvio que a loucura do Kremlin continua a ser desencadeada e o ocupante tentará intensificar os seus ataques e ações ofensivas”, afirmou Zelensky.

Já a Rússia será convidada para as comemorações do 80.º aniversário do desembarque dos aliados na Normandia, em junho, mas o convite não se estende ao Presidente russo devido à invasão da Ucrânia, anunciou a organização francesa. “Dadas as circunstâncias, o Presidente Putin não será convidado a participar nas comemorações do desembarque na Normandia”, referiu a Missão de Libertação, acrescentando que “a Rússia será, no entanto, convidada a fazer-se representar pela importância do empenho e dos sacrifícios dos povos soviéticos, bem como a sua contribuição para a vitória de 1945, sejam honradas”.

Alina Dotsenko, diretora do Museu de Arte de Kherson, na Ucrânia

Wojciech Grzedzinski/Anadolu/Getty Images

Guerra na Ucrânia

Outras notícias do dia:

⇒ O Presidente chinês, Xi Jinping, transmitiu ao chanceler alemão, Olaf Scholz, o apoio de Pequim à “convocação atempada” de uma “conferência internacional de paz reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia com a participação de todas as partes”.

⇒ Scholz defendeu, no encontro com Xi Jinping, um acordo com a China sobre a melhor forma de alcançar uma “paz justa” na Ucrânia. “A guerra de agressão russa na Ucrânia e o armamento da Rússia estão a ter um impacto negativo muito significativo na segurança da Europa. O conflito afeta diretamente os nossos interesses fundamentais”, destacou o chanceler alemão.

Olaf Scholz recebido por Xi Jinping em Pequim

imagem aliança

⇒ Zelensky considera que a China pode assumir um “papel ativo”. “Estou convencido de que a primeira cimeira mundial de paz na Suíça pode abrir caminho para uma paz justa para a Ucrânia. O papel ativo da China pode certamente acelerar o nosso progresso neste caminho”, escreveu o Presidente ucraniano nas redes sociais.

⇒ O Ministério da Defesa da Ucrânia revelou que cerca de 300 ucranianos foram mortos e 667 ficaram feridos por minas e explosivos que as tropas russas espalharam por grande parte do país. As autoridades ucranianas confirmaram cerca de 660 incidentes envolvendo engenhos explosivos, especialmente durante a fase inicial da invasão, que começou em fevereiro de 2022.

⇒ O comissário ucraniano para os direitos humanos anunciou que cerca de 37 mil civis e soldados estão desaparecidos desde o início da invasão russa, número incompleto devido à ocupação de cerca de 20% do território. Os valores “podem ser muito mais elevados”, alertou Dmytro Loubinets.

⇒ Uma vaga de mau tempo deixou dezenas de milhares de ucranianos sem energia, após ataques russos terem danificado as principais centrais elétricas do país, com o Presidente ucraniano a lamentar a falta de munições para proteger estas infraestruturas. “Devido ao mau tempo, 173 localidades em quatro regiões estão sem eletricidade”, afirmou o Ministério da Energia ucraniano em comunicado.

⇒ Os serviços de segurança russos (FSB) anunciaram a prisão de um cidadão russo por alegada tentativa de assassinato de um ex-oficial dos serviços de segurança ucranianos, que ficou ferido num atentado com carro armadilhado. O detido “fez explodir o carro” por “ordem dos serviços especiais ucranianos”, indicou o FSB em comunicado.

⇒ A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vai votar esta semana planos separados de ajuda militar à Ucrânia e a Israel, depois de meses de bloqueio, disse o líder da câmara baixa do Congresso. “Esta semana, iremos considerar projetos de lei separados”, incluindo aqueles para “financiar o aliado israelita” e “apoiar a Ucrânia na guerra contra a agressão russa”, declarou o republicano Mike Johnson.

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