O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, admitiu que os países da aliança atlântica falharam em cumprir as promessas de ajuda militar. “Os Estados Unidos gastaram seis meses para chegar a acordo sobre um pacote e os aliados europeus não forneceram as munições que foram prometidas. Mas agora estou confiante de que as coisas vão mudar”, afirmou ao chegar a Kiev.

A visita de Stoltenberg à Ucrânia acontece após a Rússia ter garantido que conquistou uma aldeia na região de Donetsk, além de mais território na linha da frente. “O exército russo está agora a tentar tirar partido de uma situação em que estamos à espera de fornecimentos dos nossos parceiros… e é exatamente por isso que a rapidez das entregas significa estabilizar a frente”, disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após o encontro com o responsável da NATO.

Zelensky e Stoltenberg discutiram a criação de um fundo de 100 mil milhões de euros de ajuda militar nos próximos cinco anos. Numa mensagem publicada a partir de Kiev na sua conta na rede social X, o líder da NATO afirmou que “a situação é difícil” para as forças ucranianas nas frentes de combate, mas defendeu que “não é tarde demais para a Ucrânia prevalecer” e que “mais apoio está a caminho”. “A NATO também está a envolver-se a longo prazo, colocando a Ucrânia num caminho irreversível em direção à aliança”, afirmou ainda o secretário-geral da organização.

Zelensky afirmou que novos apoios ocidentais começaram a chegar, mas lentamente e que esta ajuda adicional será necessária para travar uma possível ofensiva russa no verão. O secretário-geral da NATO relembrou, ainda, que “sérios atrasos no apoio significaram graves consequências no campo de batalha” para a Ucrânia.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ No primeiro trimestre deste ano morreram 25 crianças em ataques na Ucrânia, o que corresponde a um aumento de quase 40%, em comparação com 2023, segundo a UNICEF. Nove das vítimas faleceram nas primeiras três semanas de abril. A instituição disse também que necessita de mais de 233 milhões de euros para garantir apoio às crianças e às famílias na Ucrânia.

⇒ O exército ucraniano afirmou “ter repelido 55 ataques” em várias aldeias ao norte e a leste de Novobakhmutivka, uma aldeia na região de Donetsk que Moscovo disse ter capturado. Kiev garante que as suas tropas “continuam a conter o inimigo” em vários locais a oeste da cidade controlada pela Rússia.

⇒ Um ataque russo com mísseis matou, pelo menos, duas pessoas e feriu outras oito na cidade de Odessa, no sudoeste da Ucrânia. O ataque também danificou edifícios residenciais e infraestruturas civis.

⇒ “Acho que nós temos que dar um sinal político muito claro de que somos a favor do alargamento, [mas] temos é de criar as condições, nos Estados que querem integrar a União Europeia e na própria UE, para que o alargamento possa decorrer o mais depressa possível”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sobre a adesão da Ucrânia e outros países à instituição europeia.

⇒ Todos os postos fronteiriços rodoviários entre a Polónia e a Ucrânia foram reabertos. Os agricultores e transportadores polacos bloquearam durante meses os postos para protestar contra a entrada de alimentos vindos da Ucrânia, que consideram ser concorrência desleal. Agora, os camiões podem entrar, desde que não transportem produtos sujeitos a sanções impostas pela Polónia, como cereais.

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