Modelo que inaugurou um subsegmento que se tornou no mais procurado, quase ditando a morte dos monovolumes e a quebra acentuada da procura pelas funcionais carrinhas, o Nissan Qashqai, lançado pela primeira vez em 2007, não desiste de reconquistar aquele que já foi o seu lugar: o primeiro entre os cruzamentos compactos e uma referência para a classe. Vai daí, três anos depois de se ter apresentado numa nova geração (a terceira), surge com o design profundamente revisto, criando uma nova presença em estrada.

As alterações que mais se destacam foram introduzidas na sua frente: deixa cair a grelha que, apesar das ligeiras mudanças, se manteve com o mesmo estilo ao longo dos últimos 17 anos, com grande ênfase na moldura cromada, e substitui-a por uma frente que, apesar de manter a forma em V, se inspira agora nas armaduras dos samurais, com dezenas de elementos tridimensionais em forma de vírgula, pintados em preto brilhante e dispostos em escamas.

A grelha estica-se ainda para os cantos do carro, compondo uma parelha visual com a iluminação, da qual se destacam as luzes diurnas, assentes em cinco pequenas lentes com a mesma forma em vírgula da grelha principal, ou as ópticas esguias, que reforçam a largura do automóvel. Na traseira, a forma das luzes mantém-se inalterada, mas a composição dentro da unidade foi redesenhada e as lentes são agora transparentes.

Outras alterações no visual encontram-se no pára-choques, em preto brilhante nas versões superiores ou na cor da carroçaria na nova categoria N-Design. De referir que há novas jantes de liga leve de 18″ com corte diamantado, introduzidas na gama média, e um novo desenho de jantes de liga leve de 19″ ou de 20″ com corte diamantado nas versões mais equipadas, nomeadamente na recém-criada N-Design, em que, tal como na versão N-Connecta, passa a dispor de iluminação ambiente, personalizável.

Google integrado

O Qashqai passa a integrar o ambiente Google, o que significa que, além de chegar equipado de série com o Google Maps, passa a aceitar a personalização: ao iniciar sessão, o condutor acede à sua conta pessoal, com informação dos seus locais e pontos de interesse favoritos, por exemplo. Além disso, passa a dispor do Assistente Google, capaz de fornecer uma série de ajudas: ao “Hey, Google, tenho calor”, o sistema acciona o ar condicionado, por exemplo. E, na Google Play, uma série de aplicações prometem levar para o automóvel as listas de músicas, os podcasts que se seguem ou os audiolivros.

O smartphone passa, assim, a ser um mero acessório no interior do veículo, ainda que assuma a sua relevância ao identificar a localização do carro ou a trancar portas que ficaram esquecidas (a aplicação no telemóvel emite um alerta sempre que se deixa o carro parado destrancado e com janelas abertas por mais de um minuto). Mais útil é o aviso de reboque, sendo que, em suspeita de roubo, é possível imobilizar o veículo da próxima vez que pare: operação reservada aos serviços da Nissan que, em alguns mercados, pode contactar as autoridades de forma a interceptarem automóvel e larápios.

Na tecnologia, também se registam melhorias no Monitor de Visão Global (AVM, na sigla original), tecnologia que remonta a 2007 e que, recorrendo a quatro câmaras, mostra o veículo sempre que se acciona a marcha-atrás. Nesta actualização, o AVM passa a incluir uma função 3D que permite ao condutor ver o automóvel não só de cima, mas também seleccionar um dos oito pontos de vista diferentes da câmara externa para visualizar o automóvel a partir da frente, da retaguarda, dos lados ou dos cantos. Há ainda a “vista invisível do capuz“, que permite ao condutor ver a posição das rodas dianteiras como se estivesse a olhar para elas a partir de trás.

Nas assistências, também há várias actualizações a registar, mas o que poderá ser mais satisfatório é a forma rápida de aceder às ajudas, ajustando o seu nível de intervenção ou desligando os sistemas.

O que não muda é o conjunto de mecânicas proposto, entre o qual se mantém a aposta no sistema e-Power, com o qual a Nissan se propôs a inverter a lógica dos híbridos: em vez de um pequeno motor eléctrico apoiar o trabalhar de um bloco a gasolina, o carro é movido por um pequeno motor eléctrico que se alimenta da mecânica térmica. Para tal, a Nissan anulou a ligação do bloco movido a combustíveis fósseis às rodas, adoptando uma arquitectura mais próxima da que se encontra nos plugarsem transmissão, o que faz com que a resposta ao pisar do acelerador seja extremamente directa e sem o ruído de uma caixa de variação contínua — só que, no lugar da ficha, está o motor a gasolina e o gerador. Mais: a energia, em vez de ser enviada para a bateria, segue directamente para o inversor, sendo a partir daí distribuída entre o motor eléctrico, que transmite energia ao eixo dianteiro, e o carregamento da bateria. No caso dos híbridos de ligar à corrente, a energia ruma da bateria para o motor eléctrico, passando pelo inversor. O resultado faz com que o carro seja sempre movido a energia eléctrica, ainda que esta seja gerada pela queima de combustível, o que torna o sistema, segundo reclama a marca nipónica, mais eficiente em 20%.

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