Entrávamos no interior do que fora o Cine Bélgica, inaugurado em 1928, e, a partir de 1973, o Cine Universal da programação alinhada com a revolução. Entrávamos e lá estava o hall de entrada transformado em bar, o ecrã sobre o palco, a plateia agora despida de cadeiras, o balcão feito mezaninoa sala de projecção transformada em cabine de som. Ali estávamos, entre as paredes pintadas de negro, no número 175 da Rua da Beneficência. Era Lisboa, Portugal, mas era, naqueles anos 1980, um outro mundo que florescia. Chamaram-lhe Rock Rendez Vous, nome de ressonância mítica na história da música portuguesa, espaço de afirmação geracional, palco de novas explosões criativas, oásis de modernidade nascido seis anos após a revolução.

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