Ucrânia e Israel precisam desesperadamente das armas que retidas pelo Congresso norte-americano, que continua sem aprovar o pacote de ajuda para os dois países em guerra, alertaram nesta quarta-feira os líderes do Pentágono, sublinhando a situação terrível de Kiev.

“Sejam munições, sejam veículos, sejam plataformas”, a Ucrânia está a ser superada pelos russos, frisou o general CQ Brown, chefe do Estado-Maior Conjunto, ao subcomité de Dotações de Defesa da Câmara dos Representantes (câmara baixa). “A Ucrânia neste momento enfrenta algumas condições terríveis no campo de batalha”, destacou Brown.

O secretário de Defesa, Lloyd Austin, sentado ao lado de Brown, sublinhou aos congressistas que o tempo é importante.

“Já estamos a ver as coisas no campo de batalha a começarem a mudar um pouco a favor da Rússia. Estamos a ver [a Rússia] a obter ganhos. Estamos a ver os ucranianos serem desafiados em termos de manter a linha”, frisou Lloyd Austin.

As avaliações preocupantes surgem num momento em que os republicanos da câmara baixa discutem o projeto de lei de ajuda externa de 95 mil milhões de dólares [89 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual] que o Senado aprovou em fevereiro.

Este projeto de lei prevê financiamento para a Ucrânia, Israel e outros aliados, bem como ajuda humanitária para civis em Gaza e na Ucrânia e dinheiro de reposição para os militares dos EUA para substituir as armas enviadas para a Ucrânia.

O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, apontou para uma votação no final desta semana sobre o financiamento, mesmo correndo o risco de perder o seu lugar, numa bancada republicana fortemente dividida, noticiou a agência Associated Press (AP).

Membro do painel da Câmara dos Representante lamentaram o impasse que paralisou a ajuda externa, com vários a manifestarem esperança no avanço da lei.

Brown realçou ainda aos congressistas que Israel também precisa criticamente de apoio, incluindo intercetadores de defesa aérea e munições para se defender após o ataque do Irão no fim de semana.

O responsável pelo orçamento do Pentágono, Michael McCord, adiantou que o Departamento de Defesa norte-americano já gastou cerca de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) em operações militares na Europa e no Médio Oriente para garantir a segurança das tropas e dos aliados.

Sem o financiamento suplementar, McCord disse que os 2 mil milhões de dólares teriam de ser absorvidos pelo orçamento base e transferidos de outras despesas em coisas como instalações e manutenção de equipamentos.

Austin também repetiu um argumento que os líderes da defesa têm apresentado aos congressistas nos últimos meses: o projeto de lei de financiamento ajudará diretamente a indústria de defesa norte-americana que está a construir tanques Abrams, munições e outras armas e equipamentos.

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