O Presidente ucraniano afirmou que o país, sob invasão e ataques constantes da Rússia, precisa de sete sistemas de defesa antimísseis Patriot ou semelhantes de países da NATO, criticando o pouco apoio recebido em comparação com Israel.

Numa reunião por videoconferência com o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, e com os ministros da Defesa da organização, Volodymyr Zelensky deixou duras críticas à diferença de tratamento em relação a Israel, que no último fim de semana repeliu quase totalmente um ataque do Irão com centenas de drones e mísseis balísticos graças aos sistemas antimísseis israelitas e apoio de países NATO, sobretudo dos Estados Unidos.

“A diferença na determinação para proteger umas vidas em detrimento de outras é tão estranha, num lado é mais forte, no outro é fraca, num lado os Shahed-139 [drones iranianos] são abatidos, no outro podem voar livremente e cumprir a sua trajetória de terror”, criticou o líder ucraniano. “Israel não foi deixada sozinha e praticamente a totalidade dos mísseis e drones disparados foi neutralizada”, frisou Zelensky.

Já Stoltenberg revelou que os países do bloco político-militar identificaram sistemas de defesa antiaérea que podem ser disponibilizados à Ucrânia e disse esperar “anúncios em breve”.

“O Presidente Zelensky atualizou-nos sobre os desenvolvimentos no conflito, incluindo as necessidades críticas de defesa antiaérea, a NATO mapeou as capacidades existentes em diferentes países e há sistemas que podem ser disponibilizados”, disse o secretário-geral em conferência de imprensa na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas. “Espero anúncios sobre capacidades de defesa antiaérea em breve”, acrescentou Stoltenberg.

STRINGER/Reuters

Guerra na Ucrânia

Outras notícias do dia:

⇒ Os chefes da diplomacia do G7 garantiram a “determinação” em reforçar as capacidades de defesa antiaérea da Ucrânia para fazer face aos ataques da Rússia, advertindo simultaneamente a China para não prestar qualquer apoio militar a Moscovo. “Manifestamos a nossa determinação, em particular, em reforçar as capacidades de defesa aérea da Ucrânia para salvar vidas e proteger infraestruturas críticas”, lê-se no comunicado sobre o “apoio firme à Ucrânia”divulgado no final da reunião ministerial de três dias que terminou nesta sexta-feira na ilha italiana de Capri.

⇒ A Câmara de Representantes do Congresso dos Estados Unidos deu sinais de que pode aprovar no sábado o pacote de ajuda externa para a Ucrânia, Israel e Taiwan, apesar da oposição da fação radical da bancada republicana, que levou a um bloqueio que dura há meses. O projeto de lei – que inclui um auxílio no valor de 95 mil milhões de dólares (cerca de 90 mil milhões de euros) – foi sujeito nesta sexta-feira a um voto processual que venceu com 316 votos a favor e 94 contra, abrindo caminho para que possa ser aprovado em plenário no sábado.

⇒ O presidente do Conselho Europeu escreveu na rede social X para Donald Trump “não se sentir intimidado por Putin”, depois de o antigo Presidente dos Estados Unidos ter criticado o apoio prestado à Ucrânia. Trump alegou que os Estados Unidos apoiam mais a Ucrânia (com mais de 100 mil milhões de dólares) do que a União Europeia. Charles Michel quis “esclarecer os factos”, referindo que a União Europeia forneceu 143 mil milhões de euros (150 mil milhões de dólares).

⇒ Pelo menos nove pessoas, incluindo três crianças, morreram em Dnipropetrovsk, no sul da Ucrânia, na sequência de um ataque russo com mísseis. Ficaram feridas pelo menos 25 pessoas, de acordo com as autoridades ucranianas.

⇒ A coordenadora humanitária para a Ucrânia das Nações Unidas condenou o sucedido, ao provocar “novo sofrimento ao povo da Ucrânia”. “Os ataques são mais um exemplo de um grave e reprovável desrespeito pela vida humana. O direito internacional humanitário protege os civis e as infraestruturas civis”, salientou Denise Brown em comunicado.

⇒ A força aérea ucraniana anunciou ter abatido um bombardeiro russo Tu-22M3 de longo alcance, que transportava 22 mísseis de cruzeiro, pela primeira vez desde o início da invasão lançada por Moscovo. Mais tarde, o porta-voz da força aérea ucraniana indicou que o bombardeiro destruído tinha atacado Dnipropetrovsk e Kryvyi Rig, onde foram registados ataques noturnos mortíferos. “Vingámos as nossas cidades e os nossos civis”, disse Illia Yevlach.

⇒ O Banco Europeu de Investimento e a Ucrânia assinaram um novo memorando de entendimento para acelerar a chegada de 560 milhões de euros para projetos de reconstrução do país invadido pela Rússia.

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