O enviado de Taipei à União Europeia instou o bloco a permanecer “firme” contra as táticas “intimidadoras e coercitivas” da China, enfatizando a necessidade crucial de solidariedade com Taiwan.

Roy Lee, o enviado de Taiwan, sublinhou a importância de reforçar as relações bilaterais e reiterou a Pequim a necessidade de respeitar os processos democráticos de Taiwan e a ordem internacional.

Em declarações à Euronews na segunda-feira, Lee alertou contra o apaziguamento, afirmando que apenas encoraja Pequim a aumentar ainda mais as tensões.

Ele disse: “Nos próximos quatro anos, será ainda mais crítico não apenas melhorar as relações bilaterais, mas também dizer a Pequim que eles precisam respeitar a ordem internacional (e) respeitar o resultado do processo democrático de Taiwan.

“O apaziguamento apenas encoraja Pequim a agravar a situação.”

Os comentários surgem na sequência das eleições presidenciais e legislativas observadas de perto em Taiwan, nas quais o vice-presidente Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista (DPP), conquistou a vitória na corrida presidencial, enquanto o Kuomintang garantiu o maior número de assentos no Legislativo. Yuan. Notavelmente, marcou a primeira vez que nenhum partido obteve a maioria absoluta.

A campanha eleitoral destacou as abordagens contrastantes do DPP e do Kuomintang no que diz respeito às relações com a China continental.

Enquanto o Kuomintang defende laços mais estreitos sob o princípio de “Uma só China”, o DPP enfatiza a identidade distinta de Taiwan e questiona a validade deste princípio.

Pequim condenou rapidamente a vitória de Lai, reiterando a sua posição em relação a Taiwan como parte integrante da China. A União Europeia, no entanto, manteve uma postura cautelosa, expressando o seu compromisso de desenvolver relações com Taiwan, abstendo-se de tomar partido.

“Esperamos continuar a desenvolver as nossas relações com Taiwan e a apoiar os valores partilhados que sustentam este sistema de governação”, disse um porta-voz da Comissão Europeia, citando áreas de cooperação como direitos humanos, comércio e combate à desinformação.

Com o DPP mantendo a presidência, espera-se a continuidade da política externa de Taiwan, particularmente os seus esforços para fortalecer os laços com as democracias ocidentais, apesar das objecções de Pequim. O Parlamento Europeu tem sido cada vez mais veemente no seu apoio a Taiwan, aprovando resoluções que defendem laços mais profundos e cooperação contra a coerção.

Apesar destes gestos, permanecem obstáculos dentro da UE no que diz respeito às relações com Taiwan. Mareike Ohlberg, investigadora sénior do Fundo Marshall Alemão, destaca as preocupações persistentes entre os Estados-membros sobre a ofensa à China. Atualmente, a Cidade do Vaticano é a única nação europeia que reconhece Taiwan como soberana.

Embora as visitas oficiais de representantes europeus a Taiwan tenham aumentado, servem em parte como um substituto para as garantias de segurança que a UE não é capaz de fornecer. Esta sinalização, observa Ohlberg, visa sublinhar o interesse da Europa em manter a estabilidade no Estreito de Taiwan.

Roy Lee fez eco destes sentimentos, sublinhando o papel vital da UE na defesa da democracia e da paz regional de Taiwan. Antecipando a pressão contínua da China sobre Taiwan, Lee sublinhou a necessidade de um apoio sustentado da UE.

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