Joe Biden aprovou esta quarta-feira um pacote de ajuda militar no valor de €90 mil milhões de euros destinado à Ucrânia, Israel e Twaian: “Estivemos à altura do momento. Estivemos unidos. E conseguimos. Agora precisamos de agir rapidamente”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos, em declarações na Casa Branca e após meses de impasse devido à resistência republicana no Congresso.

Do bolo norte-americano, Kiev vai receber cerca de €57 mil milhões em armamento, munições e veículos blindados – os restantes 24 mil milhões serão canalizados para ajudar o esforço de guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, numa altura em que Washington acentua a pressão sob o governo de Netanyahu para permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.

Blinken com o embaixador dos Estados Unidos na China, Nicholas Burns, nos jardins Yu de Xangai

Mark Schiefelbein/Pool/AFP via Getty Images

Aliás, Biden sublinhou que parte do montante enviado para Telavive – cerca de mil milhões – tem de ser utilizado para auxiliar os milhões de palestinianos afetados pela crise humanitária. “Israel deve garantir que toda esta ajuda chegue a todos os palestinianos em Gaza, sem demora”, reforçou o presidente dos EUA.

“Temos de levar ajuda humanitária a Gaza o mais rapidamente possível, e vamos melhorá-la com alimentos, suprimentos médicos e água”, prometeu, referindo as “pessoas inocentes que estão a sofrer gravemente as consequências do que o Hamas iniciou” – incluindo desnutrição e desidratação.

Apesar dos avisos feitos a Telavive, a que se juntam os apelos de organizações não governamentais e das Nações Unidas, Joe Biden reiterou mais uma vez o seu “compromisso inabalável” com Israel.

HAITAM IMAD

Guerra no Médio Oriente

Doenças propagam-se em Gaza devido à falta de condições

No terreno, as autoridades da Faixa de Gaza alertam para a propagação de doenças e infeções devido às condições insalubres no enclave palestiniano. O problema deve-se ao transbordamento de esgotos nas ruas e entre as tendas dos deslocados, e devido à falta de água potável suficiente disponível”, afirmou o ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

A situação atual pode “causar um desastre de saúde”, especialmente entre as crianças, tendo já sido detectados “numerosos casos” de meningite ou de hepatite entre a população local. “Apelamos a todas as instituições internacionais e humanitárias interessadas para intervirem rapidamente”, pediu o ministério.

Anadolu

Guerra no Médio Oriente

Ao mesmo tempo, o Centro Palestiniano de Direitos Humanos (PCHR) anunciou que há mais de 300 pessoas em Gaza a sofrer de talassemia, uma doença do sangue controlável através de medicação – que, no entanto, não está a chegar ao enclave palestiniano devido às restrições fronteiriças impostas por Israel.

Entre os 300 doentes estão 80 crianças, alerta o PCHR. Devido à falta de medicamentos, pelo menos 18 pessoas com talassemia morreram no enclave desde o início da guerra. Além disso, outros 23 palestinianos morreram de fibrose cística.

Segundo os registos da organização, dos 20 pacientes críticos a necessitar de ajuda médica urgente, apenas seis foram autorizados a sair de Gaza para receber tratamento no estrangeiro.

Outras notícias

> A ofensiva de Israel em Gaza já matou mais de 34 mil pessoas, sobretudo civis, e causou mais de 70 mil feridos. A maioria das casas e das infraestruturas do enclave palestiniano, incluindo hospitais, foram destruídas nos últimos meses.

> O exército israelita anunciou que atingiu 40 “alvos militares” do Hezbollah, no sul do Líbano. Segundo o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, metade dos comandantes do grupo rebelde foram eliminados. O Hezbollah retaliou poucas horas depois, lançando dezenas de projéteis contra a cidade israelita de Shomera.

> A União Europeia pediu uma investigação “independente” sobre as valas comuns encontradas sob os escombros de dois hospitais de Gaza, onde mais de 500 corpos foram encontrados. Existe a “impressão de que poderá ter havido violações dos direitos humanos internacionais”, afirmou o porta-voz da diplomacia europeia, Peter Stano.

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