Há um novo pacote britânico de ajuda militar à Ucrânia, que inclui, segundo o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, mísseis de longo alcance Sombra da Tempestade. “São (mísseis) Sombra da Tempestade e outros tipos de mísseis, centenas de veículos blindados e anfíbios e munições; tudo o que a Ucrânia realmente precisa no campo de batalha”, escreveu nas redes sociais ao relatar uma conversa telefónica com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

Zelensky agradeceu a Sunak a decisão, destacando a contínua cooperação do Reino Unido na produção conjunta de armamento. Esta terça-feira, o primeiro-ministro britânico iniciou uma visita à Polónia e à Alemanha.

Também os Estados Unidos devem enviar novo pacote de ajuda militar de mil milhões de dólares (cerca de 930 mil milhões de euros) nos próximos dias, revelam fontes oficiais dos EUA. O pacote, parte de um bolo global de 61 milhões aprovado no sábadoinclui o envio de munições, nomeadamente munições de defesa aérea e grandes quantidades de munições de artilharia, bem como veículos blindados e outras armas.

Ao mesmo tempo, a Rússia, que ontem anunciou a conquista de Novomykhailivka, anuncia novos avanços em várias localidades. “As nossas tropas têm a iniciativa ao longo de toda a linha da frente e continuam a expulsar o inimigo das suas posições. Graças a ações intensivas, as forças armadas russas libertaram as localidades de Pervomaiske, Bogdanivka e Novomikhailivka da República Popular de Donetsk”, afirmou Serguei Shoigu durante um resumo sobre o curso da guerra na Ucrânia. Também os serviços secretos britânicos reconhecem “progressos lentos, mas crescentes” das forças russas na invasão da Ucrânia.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, anunciou medidas para trazer de volta à Ucrânia homens em idade de lutar residentes no estrangeiro. “O facto de permanecer no estrangeiro não isenta o cidadão dos seus deveres para com a sua pátria”, argumentou Kuleba, sem referir que medidas vão ser tomadas para fazer regressar esses homens. Atualmente, a Ucrânia proíbe homens em idade de lutar de viajar para o exterior, com poucas exceções.

⇒ A Rússia vai limitar, pelo segundo ano consecutivo, as celebrações da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, um elemento central da narrativa patriótica do Kremlin, por razões de segurança. Em particular, foram canceladas as procissões do “Regimento Imortal”, durante as quais milhares de russos marcham por todo o país segurando retratos dos seus familiares que participaram na Segunda Guerra Mundial, disse hoje uma responsável.

⇒ O ministro ucraniano da Agricultura, Mykola Solsky, foi acusado de se apropriar de terrenos do Estado entre 2017 e 2021, no valor de quase 6,9 milhões de euros, anunciou a Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia em comunicado. O governante é ainda acusado de “tentar apropriar-se de outras terras”, no valor de quase 4,5 milhões de euros, lê-se.

⇒ Pelo menos nove pessoas, incluindo quatro crianças, ficaram feridas em Odessa, no sul da Ucrânia, na sequência de um ataque russo com drones, disse hoje o governador regional ucraniano. Este ataque russo contra Odessa, na segunda-feira à noite, “danificou edifícios residenciais” e causou um incêndio, disse o governador Oleg Kiper através das redes sociais. Entre os feridos encontram-se dois bebés com menos de um ano de idade e duas crianças de nove e 12 anos, que foram levadas para um hospital, referiu o governador. Uma pessoa ficou também ferida quando os destroços de um drone russo intercetado caíram na região de Mykolaiv, também no sul da Ucrânia.

⇒ Um russo foi condenado na segunda-feira a cinco anos de trabalho corretivo por ter criticado a invasão da Ucrânia durante uma entrevista na rua. Este foi o primeiro caso de alguém condenado por ter respondido a perguntas de jornalistas. Iouri Kokhovets foi considerado culpado por um tribunal de Moscovo de ter “desacreditado o exército”, assinalaram os meios independentes SOTAVision e Mediazona e a organização não-governamental OVD-Info.

⇒ Evan Gershkovich, repórter do diário norte-americano “Wall Street Journal”, continuará preso na Rússia, acusado de espionagem, pelo menos até final de junho, após um tribunal moscovita ter, esta terça-feira, rejeitado um recurso para pôr termo à sua prisão preventiva.

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