“Sabes, é que há 50 anos não podias andar aqui, no meio da avenida, com um cravo na mão”. Francisco, de 11 anos, ouvia com toda a atenção as palavras claras e pausadas do pai, Fernando Rodrigues, 54, que, com uma mão em cima do ombro do rapazito sardento e de óculos de massa, fazia o enquadramento lógico daquela romaria a que se juntaram, a meio da tarde desta quinta-feira, como tantos milhares de outras pessoas. Num momento de grande emotividade, cantou-se pela liberdade individual e colectiva, esconjuraram-se todos os que defendem o oposto.

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