Os Estados Unidos da América anunciaram, através do secretário da Defesa, Lloyd Austin, que vão fornecer à Ucrânia mais mísseis Patriot para os seus sistemas de defesa aérea como parte de um pacote de ajuda adicional de 5,61 mil milhões de euros.

Os mísseis serão utilizados para reabastecer os sistemas de defesa aérea Patriot anteriormente fornecidos e fazem parte de um pacote que também inclui mais munições para o Sistema Nacional Avançado de Mísseis Superfície-Ar (NASAMS), e equipamento adicional para integrar lançadores de defesa aérea, mísseis e radares ocidentais no armamento existente na Ucrânia.

Mas a ajuda não virá apenas dos EUA, Espanha — um dos poucos países da União Europeia com mísseis Patriot — vai enviar alguns para a Ucrânia. O anúncio foi feito pela ministra da Defesa, Margarita Robles, não tendo especificado quantos mísseis seriam enviados. Além dos mísseis para defesa aérea Patriot de longo alcance, Espanha vai enviar munições de vários tipos.

Esta sexta-feira, o Presidente da Ucrânia, disse, junto do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que era necessário mais armamentodestacando a importância dos mísseis de longo alcance e sistemas de defesa aérea. Zelensky disse que “o destino do mundo” está em jogo na guerra na Ucrânia e “tudo depende da rapidez” da ação de Kiev e dos seus aliados.

Além disso, o Presidente ucraniano admitiu que a Rússia conseguiu “tomar a iniciativa” no campo de batalha durante os meses que o Congresso dos Estados Unidos demorou para aprovar o último pacote de ajuda.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou a comunidade internacional a pressionar a Rússia para que devolva a central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, advertindo contra uma nova catástrofe como a de Chernobyl, há quase quatro décadas. “A central nuclear de Chernobyl esteve ocupada durante 35 dias. Os soldados russos saquearam os laboratórios, capturaram os guardas e maltrataram o pessoal, utilizando-os para lançar novas hostilidades”, afirmou Zelensky, num discurso proferido no 38.º aniversário da catástrofe nuclear (1986), assinalado esta sexta-feira.

⇒ A Câmara Municipal de Kiev anunciou a evacuação de emergência de dois hospitais na capital ucraniana, incluindo uma unidade pediátrica, por receio de ataques russos a estes estabelecimentos de saúde. “A cidade está a começar a evacuar com urgência dois hospitais, incluindo um hospital infantil”, anunciou a autarquia na rede Telegram.

⇒ O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico convocou o embaixador russo em Londres, Andrei Kelin, depois de um jovem britânico de 20 anos ter sido acusado de ataques a “empresas ligadas à Ucrânia”, segundo um comunicado divulgado hoje. “O Reino Unido continua profundamente preocupado com as alegações de atividades maliciosas orquestradas pela Rússia” em solo britânico, afirmou um porta-voz do ministério, citado na nota informativa.

⇒ O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou hoje aos partidos políticos que incluam nas suas listas de candidatos veteranos da guerra na Ucrânia para as eleições locais e federais. “Conto com os partidos políticos para nomear e apoiar ativamente esses candidatos durante as campanhas eleitorais em todos os níveis”, declarou Putin durante o seu discurso na reunião do Conselho de Legisladores russos, realizada em São Petersburgo.

⇒ A Rússia bombardeou a rede ferroviária ucraniana para evitar a passagem de um comboio que transportava armas dos aliados ocidentais, denunciou uma fonte das autoridades de segurança de Kiev, alegação, entretanto, confirmada pelo exército de Moscovo. Segundo um responsável ucraniano, citado pela agência francesa de notícias AFP, o ataque visou “paralisar” o fornecimento de provisões militares, parte das quais enviadas pelos países ocidentais para ajudar Kiev a combater a Rússia.

⇒ A República Popular da China considerou infundadas as críticas do secretário-geral da NATO que acusou Pequim de estar a fornecer tecnologia militar à Rússia na campanha contra a Ucrânia. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Wang Wenbing, criticou os comentários de Stoltenberg como sendo “destinados apenas a desviar as culpas e a inflamar as tensões contra” a República Popular da China.

⇒ As autoridades da Rússia detiveram um jornalista russo que trabalha para a edição local da revista norte-americana Forbes por alegadamente ter difundido informações sobre abusos do exército na Ucrânia, anunciou o seu advogado. Serguei Mingazov está detido em Khabarovsk, no Extremo Oriente russo, por ter republicado “publicações sobre os acontecimentos em Bucha”, disse Konstantin Bubon. O advogado referia-se a um massacre em 2022 de que o exército russo é acusado, apesar de o ter desmentido, nos subúrbios de Kiev.

⇒ O chefe da NATO descreveu como “perigosos e inaceitáveis” os alegados casos de espionagem pró-russa na Alemanha e no Reino Unido, e avisou que os aliados estão a coordenar a reação a atos hostis. “Temos de estar atentos às atividades secretas da Rússia no território da aliança”, afirmou Jens Stoltenberg em Berlim ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, citado pela agência espanhola EFE.

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