Em 2023, as viagens realizadas pelos residentes em Portugal cresceram 4,6% e atingiram um total de 23,7 milhões. Enquanto as viagens em território nacional aumentaram 2,4%, as viagens dos portugueses ao estrangeiro subiram 21,5%, “atingindo um máximo histórico”, destacou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta sexta-feira.

Espanha, França e Itália voltaram a ocupar as três primeiras posições como principais destinos das viagens para fora de portas, com quotas respectivas de 41,6%, 10,1% e 6,9% no total, indicam os dados da Procura Turística dos Residentes. As “viagens dentro da União Europeia representaram 79% do total de viagens ao estrangeiro”, traduzindo um aumento de 22% face ao ano anterior, indicou o INE.

No caso das viagens dentro de Portugal, a região Norte reforçou a segunda posição como principal destino dos residentes durante o ano passado, com um aumento de 2,4 pontos percentuais (pp), para 23,7% do total. O Centro continuou a ser o principal destino turístico, concentrando 29,8% da procura, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (17,3%), o Alentejo (13,4%), o Algarve (12,5%), a Madeira (2,2%) e os Açores (1,2%).

Enquanto o Norte se reforçou como destino, o Algarve caiu nas preferências dos residentes, com uma queda de 0,9 pontos percentuais face à posição de 2022.

Olhando apenas para o quarto trimestre do ano passado, os dados do INE indicam que os residentes realizaram 5,1 milhões de viagens (mais 2,9% em termos homólogos, mas ainda menos que os 5,5 milhões de viagens realizados no final de 2019, antes da crise pandémica). Destas viagens, 4,5 milhões (87% do total) foram dentro de Portugal. Mas as viagens ao estrangeiro também subiram nos últimos meses do ano, cerca de 684 mil, também aumentaram (12,9%).

Viagens são mais curtas

O que caiu ligueiramente foi a duração média das viagens, tanto no trimestre como no conjunto do ano. Nos últimos três meses do ano passado, cada viagem durou em média 3,29 noites, em comparação com 3,30 no quarto trimestre de 2022. No total do ano 2023, cada viagem teve uma duração média de 4,08 noites, que compara com as 4,18 noites em 2022.

O motivo “lazer, recreio ou férias” justificou 47,2% das viagens efectuadas em território nacional e 68% das deslocações ao estrangeiro e o INE salienta que as viagens por motivos “profissionais ou de negócios” registaram o maior decréscimo face ao período pré-pandemia: caíram 13,8% face a 2019 em termos trimestrais e 15,5% no conjunto do ano. Ainda assim, face a 2022, as viagens profissionais subiram 1% em termos trimestrais (e foram 8,7% do total) e 4,9% face a 2022 (atingindo 7,2% do total).

Quanto ao alojamento, o INE refere que a modalidade de “‘alojamento particular gratuito’ reforçou a sua expressão nas viagens com dormida” dos residentes. Assim, o alojamento numa segunda residência ou em casa de familiares ou amigos foi a principal opção em 73,1% das dormidas no quarto trimestre (mais 3,4 pp), ou seja, mais de 12 milhões de dormidas, seguida da opção “hotéis e similares”, que concentrou 19,7% das dormidas (3,3 milhões).

No ano 2023, as dormidas em “alojamento particular gratuito” corresponderam a 61,3% (61,1% em 2022) e aumentaram 2,3%. Os “hotéis e similares” concentraram 23,6% do total das dormidas, enquanto o alojamento “particular pago” representou 11,% do total.

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