As grandes decisões da Liga portuguesa de futebol vão passar, em larga medida, pelos relvados dos estádios da Luz e do Dragão, neste fim-de-semana. Em rigor, há uma possibilidade de ficar decidido o campeão já nesta 31.ª jornada, se se conjugarem dois resultados: a vitória do Sporting sobre o FC Porto, no clássico, e a derrota do Benfica diante do Sp. Braga, este sábado (18h, BTV).

É, portanto, sem margem de erro que os ainda campeões nacionais recebem um adversário com legítimas ambições a um lugar no pódio e que, matematicamente, ainda reúne possibilidades de chegar ao segundo lugar. Um cenário probabilisticamente tão remoto como o de o Benfica ainda conseguir impedir a festa do rival de Alvalade, mas que ninguém de atreve ainda a descartar.

Ao mesmo tempo, no Marquês do Pombal já começaram os preparativos para que o palco dos festejos esteja pronto para todas as eventualidades. Ainda que, por enquanto, o Benfica esteja empenhado em protelar esse dia.

Para isso tem de vencer os minhotos, quartos da tabela em igualdade pontual (62) com o FC Porto. Logo, a 11 pontos das “águias”. Isto quando restam 12 pontos para fechar as contas do campeonato.

Sp. Braga que esteve perto de surpreender a equipa de Roger Schmidt nos oitavos-de-final da Taça de Portugal (3-2), no início do ano, e que agora volta à carga para a Liga.

Tudo, numa altura em que o Benfica (jogadores e treinador) enfrenta crescente vaga de contestação dos próprios adeptos, cujo tom de tornou indisfarçável depois dos episódios no final do jogo de Faro, com insultos e arremesso de objectos por parte de alguns benfiquistas.

Apesar do desconforto evidente, Roger Schmidt quer encerrar a época a um nível elevado, sem abdicar da luta pelo primeiro lugar, mesmo reconhecendo a barreira que os sete pontos de diferença para o Sporting representam.

“Como disse, ainda estamos a lutar pelo campeonato, ainda não acabou!”, enfatizou o treinador alemão em conferência de imprensa de antevisão do compromisso com os bracarenses, que, em caso de triunfo dos “encarnados”, encerrará em definitivo a discussão do segundo lugar e do respectivo acesso à Liga dos Campeões.

As metas de Roger Schmidt

E esse é o primeiro ponto de ordem para a equipa da Luz, pelo prestígio e pelo retorno financeiro proporcionados pela maior competição continental de clubes, que só contará com dois representantes portugueses na próxima temporada europeia.

“É uma meta importante que podemos alcançar já neste jogo. Mas o objectivo principal ainda é o de chegar ao primeiro lugar”, insistiu Roger Schmidt, que, face à possibilidade de fechar a época de 2023/24 só com uma Supertaça entre as conquistas da sua segunda campanha em Portugal, admite poder ter que aceitar o destino que o clube determinar caso seja essa a visão do presidente, Rui Costa, e dos responsáveis da SAD.

Indiferente aos anseios do Benfica, o Sp. Braga — que se apresenta na Luz desfalcado do avançado espanhol Abel Ruíz (Rui Duarte chamou o jovem Yan Saíd, da equipa B) — centra-se no único desfecho que satisfaz as ambições dos “arsenalistas”.

Daí que um empate na Luz não possa ser, antecipadamente, considerado um bom resultado.

“A exigência é bastante grande. O próprio jogo é que nos dirá se o empate pode ser considerado um bom resultado. À partida, queremos vencer. Faltam quatro jornadas e esta é uma primeira final”, declarou o treinador dos bracarenses, Rui Duarte.

O sucessor de Artur Jorge reconhece, porém, que o Sp. Braga precisa de entrar mais forte e concentrado nos jogos, até para evitar que se repitam arranques “amorfos” e que acabam por condicionar a equipa, não obstante as boas recuperações, com reviravoltas como a ocorrida frente ao Vizela, em casa, operadas depois do intervalo. Um facto tanto mais relevante quando o adversário é “de elevadíssimo nível”, reconhece Rui Duarte, sem desviar o foco do pódio.

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