Há cada vez mais crianças em Portugal com perturbações do espetro do autismo e, apesar do reforço nas escolas, o número professores de educação especial continua a ser insuficiente. Cada turma deve ter apenas dois alunos com necessidades especiais, mas há casos com 10.

As duas salas de uma unidade de apoio especializado da Escola Básica de São Marcos, em Agualva-Cacém, estão cada vez mais preenchidas de alunos com necessidades educativas especiais.

“O facto de estarmos de estarmos mais despertos para os sinais de alerta tem, de facto, trazido um maior número de diagnósticos. Os professores, as equipas educativas, os profissionais de saúde e as famílias têm um olhar mais desperto para identificarem sinais de alerta”, revela Alexandra Frias, professora de educação especial.

Os primeiros sinais de alerta

Também pandemia e a maternidade mais tardia ajudam a explicar o aumento de casos. Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde revelam que uma em cada 100 crianças em idade escolar tem uma perturbação do especto do autismo.

“Normalmente são crianças com um atraso muito significativo na linguagem, não procuram a interação social, o contacto ocular, por exemplo. São crianças com áreas de interesse muito específicas”, diz Alexandra Frias.

Estes podem ser os primeiros sinais de alerta a que os pais devem estar atentos. O diagnóstico precoce é determinante para desde cedo as dificuldades da criança começarem a ser trabalhadas. Alexandra e também Patrícia Teles dedicam-se aos alunos com necessidades educativas especiais há cerca de 15 anos e reconhecem que o número de casos tem vindo a aumentar, uma subida que o número de profissionais não acompanha.

Cada turma deve ter, no máximo, dois alunos, mas, devido à falta de recursos humanos, nesta escola de São Marcos, há turmas com oito casos. Em Portugal, há 8.300 professores de educação especial, número que os diretores das escolas consideram insuficiente.

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