As empresas em Portugal, nomeadamente as PME, dependem dos seus líderes, dos seus gestores.

Dependem, porque os empresários são ecléticos nas áreas que têm de cobrir. Definir estratégia, gerir operações, desenvolver talento, expandir mercados, acompanhar clientes, ou garantir cumprimento das obrigações são algumas das atividades que um empresário tem de assegurar. A flexibilidade é chave.

Dependem, porque o suporte à tomada de decisão é frágil. Das infraestruturas de dados aos processos de geração de informação, passando pelas capacidades analíticas e fraca incorporação de tecnologias digitais, pode-se dizer que há um défice de apoio analítico ao processo de tomada de decisão. A intuição é a alternativa.

Dependem, porque os processos de decisão têm de ser rápidos. A gestão do risco de continuidade do negócio tem mais importância do que a ponderação de outros riscos. A proximidade ajuda.

Flexibilidade, intuição e proximidade ajudam o empresário a vingar, mas não são suficientes. Não são suficientes para ultrapassar barreiras de produtividade e de escala. Sem superar estes obstáculos, veremos limitados os níveis de crescimento das empresas e, por consequência, do país.

Os desafios que se colocam às PME são maiores hoje, principalmente se estas tiverem ambição de crescimento. Há um conjunto de oportunidades que as PME podem e devem aproveitar: alargar as fronteiras do mercado, estruturar o acompanhamento dos clientes ao longo do ciclo de vida, ter clareza sobre a rentabilidade do negócio, tirar partido do potencial da tecnologia.

Neste contexto, salta à vista a necessidade (e urgência) de programas de formação em gestão para PME que visem injetar literacia financeira, tecnológica, digital ou acrescentar competências de marketing e de sustentabilidade, como forma séria de contribuir para este desígnio.

As PME vão continuar dependentes dos seus empresários, mas podem voar mais alto com mais conhecimento e literacia.

Este artigo foi desenvolvido no âmbito da iniciativa Nova SBE VOICE Leadership.

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