Pelo que parece, tudo o que as crianças disseram na cena final foi projetado para parecer tematicamente relevante para as grandes questões do filme ou para reforçar a ideia de que esses são os filhos de Cobb. Afinal, o filme não passa muito tempo com eles, então, quando se trata de nos fazer acreditar que eles são a força motriz por trás de muitas das motivações de Cobb, o filme realmente teve que fazer o máximo que pôde com o pouco tempo que teve com eles. Até os objetos sobre a mesa revelaram muito sobre a personalidade das crianças (como o fato de gostarem de brincar com os blocos), para ajudar a reforçar o sentimento de conexão entre elas e Cobb. Assim como Cobb fez carreira construindo coisas no mundo dos sonhos, seus filhos também têm esse instinto de construção.

“Tudo depende de como eles criariam, sejam blocos, castelos de areia ou um sonho. Todos esses são atos de criação”, explicou Nolan. “Há uma relação entre o castelo de areia que as crianças estão construindo na praia no início do filme e os prédios sendo literalmente devorados pelo subconsciente e caindo no mar.” Os sonhos tendem a diminuir e fluir pelas memórias de uma pessoa, levando-as de um ambiente para outro de maneiras que podem parecer chocantes a princípio para um observador externo, e é exatamente esse sentimento que “Inception” tenta invocar constantemente ao longo da jornada de Cobb. Como Nolan continuou:

“O importante em ‘Inception’ é o processo mental. O que a tecnologia de compartilhamento de sonhos permite é remover a fisicalidade desse processo. É sobre pura criação. É por isso que é um filme sobre arquitetos e não sobre soldados.”

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