Os combates que ocorrem na Europa Oriental não são uma guerra pequena e contida entre a Rússia e a Ucrânia, mas sim um conflito “global”, segundo um especialista.

David Axe, um correspondente militar americano e blogueiro, observou que mais do que apenas dois países estão envolvidos no conflito, já que tanto a Rússia como a Ucrânia dependem fortemente dos seus parceiros internacionais para os fornecimentos necessários para continuar o combate.

A Ucrânia precisa de armas dos EUA, do Reino Unido e da União Europeia para vencer – não muito diferente da forma como se acredita que a Rússia esteja a receber apoio militar e tecnológico da Coreia do Norte, do Irão e da China, disse Axe.

Em um comentário para O telégrafoescreveu: “A Rússia não pode vencer na Ucrânia sem aliados de todo o mundo – tal como a Ucrânia não pode vencer sem os seus próprios aliados em vários continentes.

“Sim, o verdadeiro combate ocorre na Ucrânia e na Rússia, com o Irão também empenhado contra Israel, tanto por procuração como agora diretamente. Mas o conflito mais amplo é global.”

Axe afirmou que “os riscos também são globais”, ao observar que o general do Exército dos EUA, Christopher Cavoli, foi um dos vários oficiais ocidentais a alertar o mundo que uma vitória na Ucrânia provavelmente levará Vladimir Putin a atacar outra nação.

O Gen Cavoli, comandante do Comando Europeu dos EUA, disse na semana passada perante o Comité dos Serviços Armados da Câmara: “A Rússia não pretende parar com a Ucrânia. A Rússia representa uma ameaça crónica.”

Vários países da NATO responderam à crescente ameaça russa reforçando a sua defesa nos últimos meses.

Contudo, teme-se que Moscovo já esteja a travar uma guerra híbrida na Europa, acreditando-se que pelo menos a Moldávia e a Estónia tenham sido alvo de uma série de ataques russos.

Falando sobre a aliança entre a Rússia, a China, a Coreia do Norte e o Irão, o Gen Cavoli disse: “Estes países estão a formar parcerias estratégicas interligadas numa tentativa de desafiar a ordem existente. Isto é profundamente hostil aos interesses nacionais dos EUA.”

Apesar dos avisos generalizados de que a derrota da Ucrânia no campo de batalha poderia levar a consequências devastadoras para todo o Ocidente, a nação devastada pela guerra está a ver a ajuda que lhe chega diminuir.

O Congresso dos EUA tem bloqueado vários milhares de milhões de ajuda à Ucrânia desde o Outono passado, apesar de Kiev temer ficar sem não só armas para contra-atacar a Rússia, mas até mísseis para se defender dos implacáveis ​​ataques aéreos que visam as suas cidades e alvos sensíveis.

Por outro lado, o apoio alegadamente prestado por Pequim, Pyongyang e Teerão à Rússia parece inabalável.

Axe advertiu: “As autocracias mais poderosas do mundo já estão a tratar a guerra na Ucrânia como uma guerra mundial. Apoiam a Rússia para afirmar o poder de países como a Rússia para atacar, conquistar e oprimir quando e onde quiserem”.

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