O Alfa Romeo Milano acabara de ser revelado, mas a discussão que se acendeu em Itália, depois de o ministro Adolfo Urso, responsável pela pasta das Empresas e do Made in Italy do Governo de Giorgia Meloni, ter questionado a legitimidade do nome, levou a que a Stellantis assumisse um virar de rumo: em vez de Milano, nome escolhido, explica a Alfa Romeo em comunicado, para homenagear a cidade onde a marca nasceu, em 1910, o mais pequeno SUV do emblema passa a chamar-se Junior.
“Apesar de a Alfa Romeo acreditar que o nome cumpria todos os requisitos legais e que existem questões muito mais importantes do que o nome de um novo automóvel, a Alfa Romeo decidiu alterá-lo de ‘Milano’ para ‘Alfa Romeo Junior’ no espírito de promover a compreensão mútua”, lê-se em comunicado.
A legalidade do nome Milano foi levantada por Adolfo Urso pelo facto de o modelo ser montado na fábrica da Stellantis em Tychy, onde também é produzido o Jeep Avenger e o Fiat 600, com os quais partilha plataforma e outros componentes. “Um carro chamado Milano não pode ser produzido na Polónia”, disse o ministro, que faz parte do partido pós-fascista Irmãos de Itália (FdL) desde 2015. O governante citou a lei que definiu a Sonoridade Italiana em 2003 e que “estipula que não devem ser dadas indicações que induzam o consumidor em erro”.
Segundo alguns juristas, citados pela revista auto italiana Ao volantea lei citada por Urso não se aplica ao Milano, já que se trata de um modelo produzido por uma empresa com parte de capital italiano.
O CEO da Alfa Romeo, Jean-Philippe Imparato, explicou que, embora a marca não fosse obrigada a fazê-lo, a alteração do nome foi decidida com o objectivo de “preservar a emoção positiva que os nossos produtos sempre geraram e evitar qualquer tipo de controvérsia”. Ainda assim, na nota enviada às redacções, a Alfa Romeo não deixa de agradecer “ao Governo [italiano] pela publicidade gratuita proporcionada por este debate”.