Primeiro, Isabelle Huppert na véspera da estreia de O Cerejal de Tchekhov no festival de Avignon de 2021 (na encenação de Tiago Rodrigues). Depois, Fabrice Luchini na véspera da estreia da sua leitura de textos de Nietzsche, Baudelaire e Pascal, também no festival de Avignon de 2021. Duas maneiras de preparar um papel, duas maneiras de aplicar as experiências de toda uma vida em palco, aparentemente nos antípodas uma da outra: onde Huppert trabalha internamente, “apropriando” texto, palavras, ideias num recolhimento interno, pessoal, Luchini trabalha externamente, extravasando (das) palavras de um modo que preenche todo o espaço à sua volta.

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