Não ganhar a Liga dos Campeões é um desaforo que o Real Madrid não aguenta. Nem sequer ir à final, é um desaforo ainda maior. Na época passada, os “Vocês merengues” foram barrados à entrada do jogo do título pelo Manchester City com uma derrota por 4-0 que fez mossa e que embalou a equipa de Guardiola para a sua primeira Champions. Menos de um ano depois, o Real recompôs-se e teve a sua vingança, seguindo para as meias-finais da Champions pela 33.ª vez na sua história graças a um triunfo por nos penáltis (3-4) depois de um empate (1-1) no final de 120 minutos – há uma semana, também houve empate (3-3) no Bernabéu.

O Real Madrid e respectivos adeptos olham para a Champions como a “sua” competição – já a ganharam por 14 vezes. Por comparação, o City é um novato que acabou de chegar, mas tem os fundos para que Guardiola possa construir equipas vencedoras para toda a eternidade. E seria o favorito teórico nesta espécie de final antecipada entre os “velhos” campeões e os “novos”.

Depois do incrível jogo da primeira mão, as expectativas estavam altas para este reencontro no Norte de Inglaterra. O jogo foi lançado nas mesmas bases. Logo aos 12’, a equipa de Ancelotti colocou-se em vantagem numa pura jogada de contra-ataque a colocar em uso pleno as capacidades dos seus artistas da frente. Bola longa para Bellingham, que começou a correr antes do meio-campo e entregou-a nos pés de Vinicius. O brasileiro fez o que quis de Rúben Dias e cruzou para Rodrygo, que, à segunda tentativa, fez golo – Éderson ainda defendeu o primeiro remate.

Os “brancos” entravam melhor, mas o City tentou a resposta rápida. Pouco depois, aos 19’, Haaland acertou na trave com o cabeceamento e, na recarga, a bola bateu no joelho de Bernardo Silva e foi para fora. Foi o início da carga inglesa e da resistência espanhola, os “cidadãos” a carregarem, os “merengues” quase todos a rondar a baliza superiormente defendida por Lunin – várias defesas importantes do guarda-redes ucraniano foram mantendo o Real na frente durante mais de uma hora.

Mas, aos 76’, a resistência do Real finalmente quebrou. O agitador Doku fez o cruzamento pela esquerda, Rudiger não foi eficiente no corte e De Bruyne, que andava por perto, fez o empate. Ainda havia tempo para resolver as coisas nos 90 minutos, mas tudo se manteve empatado, tal como nos 30 minutos de tempo extra.

No desempate por penáltis, Modric foi o primeiro a falhar, mas Bernardo Silva, numa oferta a Lunin, deixou as coisas empatadas (atirou ao centro da baliza). Lunin voltou a defender o tiro de Kovacic e tudo ficou a cargo do pé direito de Rudiger, que não falhou.

No Allianz Arena, foi o Bayern Munique que ficou com um lugar nas meias-finais, ao bater o Arsenal por 1-0, depois do empate (2-2) na primeira mão em Londres. Poucos dias depois de ter perdido oficialmente o título para o Bayer Leverkusen, a formação bávara, liderada por um treinador a prazo (Thomas Tuchel sai no final da época), não deu a temporada por perdida e aproveitou o factor casa para abater os londrinos, que tinham sido os carrascos do FC Porto na ronda anterior.

Depois de um 0-0 ao intervalo, o Bayern assumiu o controlo da eliminatória com um golo de Kimmich após assistência do internacional português Raphael Guerreiro. É a 22.ª vez que o Bayern chega às meias-finais da Champions, sendo que já ganhou a competição em seis ocasiões, a última das quais em 2020, numa final contra o PSG, que pode bem repetir-se em 2024.

Fuente