A Força Aérea Indiana (IAF) testou discretamente na semana passada um míssil semibalístico chamado ROCKS, despertando preocupações sobre uma possível corrida armamentista com o Paquistão e mais uma guerra em grande escala.

O sistema ROCKS, produzido por Israel, tem um alcance de cerca de 250 km e foi testado no lançamento de um jato Su-30 MKI, o que significa que, em teoria, a IAF poderia ter como alvo instalações nucleares paquistanesas.

Segundo fontes do meio de comunicação indiano The Print, os testes foram um sucesso.

O míssil é um míssil ar-superfície estendido de próxima geração. Ele foi projetado e fabricado pela empresa israelense de tecnologia de defesa Rafael Advanced Defense Systems, no entanto, na Índia, espera-se que o hardware seja produzido no país em breve.

Na verdade, muitos dos componentes do míssil são provenientes da Índia e, no âmbito da iniciativa Atmanirbhar – uma política para tornar a Índia auto-suficiente – a IAF está interessada em produzir o dispositivo no país.

O novo míssil levantou a possibilidade de a Índia ser capaz de atacar infra-estruturas críticas do Paquistão, incluindo as suas instalações nucleares.

Os académicos Christopher Clary, da Universidade de Albany, EUA, e Vipin Narang, do MIT, alertaram em 2018 que a posse pelo Paquistão de armas nucleares tácticas – armas nucleares mais pequenas que podem ser usadas em alvos precisos – colocou a Índia numa “paralisia estratégica”.

A Índia tem uma política nuclear de “não primeiro uso”, mas se o Paquistão usasse uma pequena arma nuclear, não teria a capacidade de responder da mesma forma que tem apenas ogivas nucleares convencionais, que são muito mais destrutivas.

Como tal, a aquisição e os testes bem sucedidos de um sistema ROCKS significam que a Índia pode destruir o arsenal nuclear do Paquistão, sem utilizar as suas próprias ogivas devastadoras, pela primeira vez.

Os académicos temem que isto incentive o Paquistão a agir antes que as suas armas nucleares sejam destruídas, desencadeando um grande conflito entre as duas potências regionais.

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